domingo, 21 de agosto de 2016




Disse a garota, em meio a um pranto sincero, e apontando pra ela inteira:


Foge de mim. Rápido! Foge enquanto ainda há tempo. Enquanto os pedaços em que te quebro são
grandes o suficiente para serem colados. Foge de mim. Corre sem olhar pra trás. Uma fuga ligeira como naqueles filmes de apocalipse em que há uma onda gigantesca atrás e, se você não for mais rápida, ela te engole.

Ainda que meu coração se desfaça em mil pedacinhos bem pequenininhos. Ainda que minha alma entre em um estado de coma profundo. Ainda que meus olhos sangrem de tão salgadas. Ainda que o mundo pare de girar neste instante. Ainda assim eu imploro, como um animal agonizante implora para ser morto, fuja de mim. Vá embora. Salve-se. O único meio de minha alma encontrar salvação, se é que ela realmente existe, é vendo você a salvo. Feliz. Regenerada. Vai doer em você no início, como todo ferimento de amor, mas quando parar de doer o sol reviverá em ti todas as flores.



Sabe, no pequeno príncipe (não há dúvidas que ele é meu livro favorito, não é mesmo?! Tentando um sorriso meio forçado, meio sincero) o autor diz que é preciso retirar os baobás enquanto eles ainda são ervas daninhas, caso contrário, ele invade o planeta e depois é impossível mensurar os estragos, tampouco retirá-los.
Eu sou um baobá no planeta da sua alma. Corte-me pela raiz, pessoa linda!
Foge de mim correndo. Se eu fosse você, fugiria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário