sexta-feira, 1 de março de 2019

Sobre você



01 de Março de 2019

Só agora consegui escrever sobre você.

Você entrou como uma flecha incandescente atingindo meu peito deixando ele repleto de vida, tal qual o fogo faz. O fogo aviva o que está adormecido, mas assim como ele arde em forma de amor, ele também queima. E assim foi. 

Você me arrancou mais sorrisos em 90 dias do que qualquer outra pessoa em todo o ano que se passou. Sabe quando você se perde em horas, dias e meses com alguém que parece ter sido feito pra você? É, eu também não acreditava muito nessas paradas de amor à segunda vista. Mas mordi minha língua.

Eram risadas e pensamentos sincronizados. Existia tanto reconhecimento, doideira né?!!!! Histórias, verdades, valores, planos. E como era natural fazer planos com você. Aliás, “natural” era a palavra que mais definia o que rolava entre a gente. Por razões muito óbvias, não era namoro. Eu até hoje não sei o que era. Mas sei que eram corpos conectados de forma sobrenatural. Suor, beijos, corpos, gozo, pele, sorrisos, gemidos, juras de amor, tudo isso junto sobre uma cama de casal com alguns gatos espalhados pelo quarto. Risos. Era um cenário perfeito para eu permanecer por um longo tempo, quem sabe pela vida inteira! 

Por que você me deixou? 

Ainda busco respostas que façam sentido. Covardia, medo, confusão, leviandade. Sei lá. Aqui, bem aqui no meu peito, ficou um buraco. Esse trem dói, vixi, como dói. Mas dia após dia eu tenho aprendido a preenchê-lo com qualquer coisa. Ora com filmes, doces, chá e álcool, Ora com bocas, corpos, música e noites de sono. Ainda acabo encontrando a maneira certa disso melhorar. Isso que eu falo é “tudo isso” que você deixou quando saiu por aquele portão e me olhou como se nunca mais fosse me ver. E, nossa, eu nunca vou esquecer aquele olhar. 

Tudo bem. Eu vou ficar bem. A vida se encarrega de tudo

Eu te perdoei. 

Só a mim que ainda está difícil perdoar porque sempre me deparo com o pensamento de que eu poderia ter evitado todo esse sofrimento se tivesse tido a coragem de ir embora desde a primeira vez. Isso destrói o que sobrou da minha integridade emocional. No entanto, ok. Perdoar a si mesmo é mais difícil do que aos outros. Sigo meu caminho com olhos marejados e peito sangrando com a certeza que um dia lembrarei de você somente com um sorriso no olhar e saudade no peito.



Você se foi. Eu dou gratidão. A você. À sua partida. À vida.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Escondida


Se vai ler esse texto, saiba que ele é desconexo e confuso.





Perdida no espaço entre os abraços não dados, no sono que demora a chegar e no que demora a ir embora pela manhã. Há uma dor dentro do peito que não é bem uma dor, parece mais com um sufocamento, uma morte lenta e dolorosa. Eu chamo a coisa de “onda”.
Essa onda é paralisante. Me aprisiona em mim, não tem saída de emergência e não avisa quando vai voltar. Quando ela aparece todo céu torna-se cinza e todas as pessoas parecem te enxergar como uma aberração com um olhar piedoso.
As coisas que antes me proporcionavam prazer nada fazem sentido agora, nem mesmo cócegas na barriga. Ah, como eu sinto falta do som estridente da minha gargalhada! Tenho a sensação de que ela jamais voltará. 

Se a vida da gente tivesse aqueles letreiros luminosos dos hotéis e motéis americanos de filmes, do tipo “não há vagas”, no meu estaria escrito: “Não há mais esperanças”.

Queria ter um botão pra me desligar, igual daqueles bonecos com pilhas. Queria eu ser um boneco. Eles não sentem dor. Os bonecos riem, mas não é por vontade própria, é porque os humanos os controlam. Assim sou eu. Sorrio porque isso deixa as pessoas que amo felizes. Sorrio porque é preciso. Por dentro eu não sorrio. Eu sangro. Meu sangue já não é mais vermelho, mas preto, igual quando alguém sangra até morrer e o sangue coagula, sabe?!
Estou sangrando agora... pelos olhos. Já não me lembro muito claramente dos momentos em que fui feliz, mas sei que foi na adolescência, apesar de terem me roubado a alma aos 4 anos de idade e depois a minha vida aos 12 anos. No entanto, curiosamente e sem sentido algum, eu era feliz. Ou pensava que era, sei lá. Acho que não tinha a dimensão do que tinha me acontecido até me tornar um adulto jovem.
Sinto que quando me roubaram a vida, deixaram marcas tão profundas que eu demorei pra enxergar as cicatrizes, mas sempre soube que algo ali estava errado, pois eu sentia as feridas. Eu as sinto até hoje quando alguém me toca, quando eu me toco ou quando vejo meu reflexo nu no espelho. Eu não sei quando irei amar alguém novamente, sequer sei se irei me amar algum dia.
É difícil viver dentro de um único corpo sendo duas, porque as pessoas te veem e só enxergam um corpo e não um ser humano com um acervo de emoções emergindo e submergindo num mar revolto.


Esse texto é mesmo desconexo.


Por que as coisas são do jeito que são? Eu olho para todos os lados em busca de uma luz. Mas que luz seria essa? Deus? Não faço ideia.

domingo, 21 de agosto de 2016




Disse a garota, em meio a um pranto sincero, e apontando pra ela inteira:


Foge de mim. Rápido! Foge enquanto ainda há tempo. Enquanto os pedaços em que te quebro são
grandes o suficiente para serem colados. Foge de mim. Corre sem olhar pra trás. Uma fuga ligeira como naqueles filmes de apocalipse em que há uma onda gigantesca atrás e, se você não for mais rápida, ela te engole.

Ainda que meu coração se desfaça em mil pedacinhos bem pequenininhos. Ainda que minha alma entre em um estado de coma profundo. Ainda que meus olhos sangrem de tão salgadas. Ainda que o mundo pare de girar neste instante. Ainda assim eu imploro, como um animal agonizante implora para ser morto, fuja de mim. Vá embora. Salve-se. O único meio de minha alma encontrar salvação, se é que ela realmente existe, é vendo você a salvo. Feliz. Regenerada. Vai doer em você no início, como todo ferimento de amor, mas quando parar de doer o sol reviverá em ti todas as flores.



Sabe, no pequeno príncipe (não há dúvidas que ele é meu livro favorito, não é mesmo?! Tentando um sorriso meio forçado, meio sincero) o autor diz que é preciso retirar os baobás enquanto eles ainda são ervas daninhas, caso contrário, ele invade o planeta e depois é impossível mensurar os estragos, tampouco retirá-los.
Eu sou um baobá no planeta da sua alma. Corte-me pela raiz, pessoa linda!
Foge de mim correndo. Se eu fosse você, fugiria.

domingo, 14 de agosto de 2016

Existe algo chamado dor. Ela pode te alcançar de várias formas possíveis. Eu sinto dor. Mas sabe o que mais me causa dor? É provocar dor no outro. No outro que se ama, No outro que me ama. Tá, eu sei que tem muita dor nesse texto mas é somente uma forma de externar o que a alma sente. Cada teclada é um lamento a menos no peito. Cada palavra formada, um alívio pra mente. 

Não queria entender todos os mistérios do mundo, não! Isso seria prepotência de minha parte, porém eu desejaria somente compreender o por quê. O por que da dor e da ferida. Seria unicamente para deixar cicatriz? Porque se for só isso, talvez não fosse necessário, já possuo tantas quanto existem grãos de areia no mar. Não busco por soluções fáceis ou instantâneas; busco respostas dentro de mim. Quero sair de mim. Consegue me entender? Sair de mim para dar um "oi", me abraçar e dizer que vai ficar tudo bem porque eu sou forte. Não, eu não sou. Eu sou frágil. Preciso me conformar que sou frágil. 
São muitas palavras soltas aqui que parecem não fazer sentido algum. Iniciei esse texto escrevendo exatamente tudo o que me passava na cabeça. Termino ele com a sensação de que não há nada na minha cabeça que me trará as respostas que procuro.

Então, fim.

sábado, 6 de agosto de 2016

Houve um tempo em que eu achava o maior barato ser cult, hipster e afins. Nesse tempo, também, eu não queria ver filmes populares, não me permitia rebolar ao som de um funk, e achava constrangedor dar uma sambadinha ao ouvir um pagode legal. Cheguei até a negar que ralava o tchan e andava na prancha na minha adolescência. Que absurdo!



Mas chegou um tempo que a maturidade foi tomando conta e foi me fazendo perceber que não tinha problema nenhum eu gostar dessas coisas. Que as ideologias que me alcançaram na caminhada à vida adulta não iriam se desfazer se eu visse um filme de animação ou se eu gargalhasse com os amigos ao som de um sertanejo ou um pagode qualquer porque eu sei em que minhas ideologias são legítimas.


Afinal, o que é uma pessoa cult? Alguém que tem cultura? Então todo ser humano é culto. A profissional que limpa o chão em que você trabalha ou o Seu Zé que te serve um pingado preto e branco, são cultos pra caralho. Ah, migues, só acho que cês podem viver melhor se começarem a viver com jeitinho mais simples. Se você não gosta de pagode, por exemplo, tudo bem. Só não se prive de coisas que você gosta por medo de não se encaixar na galerinha cult ou de ser criticada por ela. Porque, sim, os cultzinhos são tão preconceituosos quanto a gente pensa e bem mais do que eles, se quer, imaginam. 

Moral da história, migx, SEJA VOCÊ. O seu você pode ser repleto de coisas simples e também rebuscadas, mas todas essas coisas seriam bem mais legais se existissem respeitadas por uma ideologia.  Pense nisso!

beijo.

ah, e.. #ForaTemer. 

O amor não é verbo. Amar é.

O que eu quero dizer com isso? Simples. Quero dizer que o amor é sentimento e amar é comportamento. Amar é uma característica. Logo cada ser ama de um jeito todo seu. Cada um tem um modo de se preocupar com o outro, de acalentar, de presentear, de se fazer presente. Quando a gente entende isso, entende que ou a gente acredita no amor que o outro nos oferece ou vamos acabar frustrados por nossas próprias expectativas.



Entenda definitivamente que nós nunca, nem por toda a sintonia existente no cosmo, saberemos o que a alma do outro carrega, vive, sente. Como resolver isso? Ué, comece conversando com o universo. Pergunte a natureza o porquê? Faz sentido eu desejar tanto alguém? Por que a pessoa pulsa tão intensamente em mim. Há um propósito maior nessa ligação toda? Se você sentir que as respostas te impulsionam a permanecer do lado dela, então,  preste atenção agora. Sorria. Agradeça. Ore. Chore. Lágrimas não são sinal de fraqueza, mas são escudo para quem busca fortaleza. Encha o peito de ar e diga: eu confio no amor que ela me oferece. Confio no que o Universo me confia. Abra seus braços, sua mente e seu coração para acolher as lutas e também para colher os frutos. Ame, continue amando, porque se o seu amor for tudo o que você pode oferecer, isso será suficiente para ela também.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

As estruturas da minha vida.

Oi!
Em meu último texto falei sobre como a dança me tem salvado da depressão. Lembram-seque eu disse que a Senhorita me trouxe de volta algumas coisas? Pois bem.
Hoje gostaria de falar sobre duas estruturas importantíssimas pra mim: a família e os amigos.

Tenho a família perfeita! Mentira. Ninguém tem. Tampouco amigos perfeitos. Entretanto, eu tenho a família e amigos ideais, os que preenchem como uma luva minhas mãos cansadas.
Dizem por aí que cada um tem o que merece, e eu digo que eu não mereço tanto! :')

A vida foi muito generosa comigo, mesmo após eu ter atentado contra ela.*
Não tenho vergonha de dizer que tenho uma doença, e não se avexe se caso se assombrar, afinal, eu não escancaro minha vida por aí, ao contrário, me esforço para sorrir sempre. É claro que não sou de ferro, então algumas vezes as costas ficam pesadas e as pernas vacilam, nesta ocasião algumas poucas pessoas tomam conhecimento da minha dor.

  • Estrutura 1


Minha família, que é minha base pra tudo, dividiu cada dorzinha comigo e após cada arranhão no coração pôs um bandaid lá. Cada um com o seu jeito, com a sua maneira de dizer: "tô contigo". Sem eles eu nunca passaria de uma eterna lagarta; não sairia do casulo sofrido nem voaria vida a fora. 

  1. Estrutura 2


Anjos que, humanamente, insistimos em chamar meramente de amigos. Ah, esses trataram da ferida também, e ficaram atentos a qualquer recaída. E eu recaí. Todavia, me ergui com ajuda das mãos estendidas e dos olhares sinceros que não demonstravam pena (porque ao contrário do que muitos pensam, pessoas depressivas não desejam chamar a atenção ou despertar sentimento de piedade, mas buscam apoio para compreenderem o que está acontecendo com elas) mas ofereciam ombros fortes do tamanho do mundo...e fofinhos.


Gratidão eterna a essas estruturas, sem as quais eu não sobreviveria. Graças a vocês as coisas estão ficando quentinhas por aqui. ^_^


A você que se dedicou a ler, obrigada por dispensar seu tempo e me conhecer um cadinho mais. Só não fujam de mim, ta legal?! Rs



*Não entrarei em detalhes porque não quero fazer desse blog um muro de lamentações.



Se você acha que o conteúdo do blog é pessoal demais, esteja a  vontade para clicar no canto superior da página onde existe um X. Ah, e volte quando quiser.
E beijo, e tchau.











Para alguém especial:

Rei, se lembra quando falamos sobre as coisas que eu gostaria de escrever em meu blog e nunca conseguia? Acho que estou me saindo bem. O que acha?! ^_^
Obrigada pelo apoio. Você é um imenso amigo e entra na gama dos meus anjos protetores.